Sobre As Ervas Entre As Folhagens
Óleo sobre vidro acrílico, 2023.
“Como se fosse uma espécie de herbário pictórico, em que as plantas, as folhas e ramos, as flores, as ervas, são captadas e registadas na superfície, este trabalho é baseado predominantemente nas formas vegetais. As cores e formas que se sobrepõem e associam quase aleatoriamente nestas pinturas, tentam apropriar-se da vida do jardim, em que as plantas crescem livremente e os dias de sol desenham sombras onde querem.
Através da impressão direta, do seu contorno delineado, ou do registo da observação, as marcas das formas vegetais efémeras, como pegadas da sua existência breve, tornam-se permanentes, congregam-se e misturam-se como formas imaginadas e outros elementos pictóricos.
A surpresa e diversidade, a riqueza formal e cromática, a individualidade de uma simples erva ou folha, são neste momento, um motivo de fascinação para mim: a natureza magnífica, mesmo a que pode parecer insignificante e pisamos aos pés. É sobre essa insignificância magnífica, esse brilho involuntário, essa surpresa e diversidade que quero debruçar-me. Um olhar perante a fragilidade da beleza e da vida que tão frequentemente tomamos como banal, imutável e garantida. Este é o ponto de partida para uma série de pinturas a óleo sobre vidro acrílico.
Na técnica que utilizo, a pintura é realizada totalmente pelo inverso do suporte e vista depois através da superfície, cuja transparência, enquanto permite a visibilidade, cria igualmente uma barreira. Este método permite (mesmo que apenas aparentemente) o acesso a todo o processo da pintura, tornando visíveis as suas camadas sucessivas. Simultaneamente o ambiente envolvente e o jardim que entra nas salas pelas janelas, é refletido pelo próprio suporte, sendo assim adicionado à pintura e tornando-se nela participante.”
- Assunção Melo, 2023
“Como se fosse uma espécie de herbário pictórico, em que as plantas, as folhas e ramos, as flores, as ervas, são captadas e registadas na superfície, este trabalho é baseado predominantemente nas formas vegetais. As cores e formas que se sobrepõem e associam quase aleatoriamente nestas pinturas, tentam apropriar-se da vida do jardim, em que as plantas crescem livremente e os dias de sol desenham sombras onde querem.
Através da impressão direta, do seu contorno delineado, ou do registo da observação, as marcas das formas vegetais efémeras, como pegadas da sua existência breve, tornam-se permanentes, congregam-se e misturam-se como formas imaginadas e outros elementos pictóricos.
A surpresa e diversidade, a riqueza formal e cromática, a individualidade de uma simples erva ou folha, são neste momento, um motivo de fascinação para mim: a natureza magnífica, mesmo a que pode parecer insignificante e pisamos aos pés. É sobre essa insignificância magnífica, esse brilho involuntário, essa surpresa e diversidade que quero debruçar-me. Um olhar perante a fragilidade da beleza e da vida que tão frequentemente tomamos como banal, imutável e garantida. Este é o ponto de partida para uma série de pinturas a óleo sobre vidro acrílico.
Na técnica que utilizo, a pintura é realizada totalmente pelo inverso do suporte e vista depois através da superfície, cuja transparência, enquanto permite a visibilidade, cria igualmente uma barreira. Este método permite (mesmo que apenas aparentemente) o acesso a todo o processo da pintura, tornando visíveis as suas camadas sucessivas. Simultaneamente o ambiente envolvente e o jardim que entra nas salas pelas janelas, é refletido pelo próprio suporte, sendo assim adicionado à pintura e tornando-se nela participante.”
- Assunção Melo, 2023